Atingidos pedem diálogo e transparência para o acompanhamento das obras da Samarco no Território

Publicado em: 28/10/2021

A reunião de Santa Cruz do Escalvado foi realizada na Escola Municipal em Nova Soberbo - Foto:Samarco

Membros das Comissões de Atingidos de Santa Cruz do Escalvado/Chopotó e de Rio Doce, reuniram-se com representantes da Samarco, nos dias 25 e 27 de outubro, respectivamente. Estas foram as primeiras reuniões entre os atingidos do Território e a Mineradora, depois que a mesma assumiu o Programa 9- Recuperação do Reservatório da UHE Risoleta Neves.

Entre as demandas comuns dos dois municípios, a sinalização das vias e melhor organização do trânsito de caminhões e máquinas pesadas foram considerados pelos atingidos pontos importantes para aumentar a segurança nas comunidades. Representantes da Samarco disseram que irão reforçar as sinalizações de acordo com as solicitações das Comissões, e ainda, pediram a colaboração dos atingidos na fiscalização dos motoristas que estão prestando serviços para a Samarco e para suas terceirizadas.

Também foi demanda dos dois municípios uma maior abertura para participação e acompanhamento dos atingidos nos trâmites relacionados às condicionantes ambientais relativas às obras de manejo de rejeito e recuperação da UHE Risoleta Neves (Candonga). Os atingidos, como os maiores interessados e beneficiados com as obras, querem contribuir mais com os trabalhos da Samarco no Território. Eles pediram que a Samarco priorize o Plano de Desenvolvimento Territorial Integrado (PDTI) que foi construído pelas comunidades atingidas.

Os técnicos da Samarco informaram que as discussões sobre as obras programadas para o Território terão um espaço apropriado, o Fórum de Acompanhamento Social, que contará com a participação de representantes de todas as comunidades atingidas, representantes dos poderes executivos e legislativos dos municípios, representantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável/ Superintendência de Assuntos Prioritários (Semad/Suppri), e representantes da própria Mineradora.

Além do Fórum, ocorrerão reuniões entre os atingidos e a Samarco, bimestralmente, em Santa Cruz do Escalvado, e em Rio Doce, mensalmente. Tanto os atingidos, quanto a Samarco, ressaltaram a importância de manter o diálogo, dar transparência às ações e caminhar em parceria nos próximos anos, já que estão programadas obras no Território para, no mínimo, sete anos.

Os atingidos solicitaram um esforço maior da Samarco para contratação de mão de obra local, e se necessário, que a mineradora invista na capacitação dos moradores para ocuparem, ao máximo, as vagas disponíveis. Os representantes das Comissões disseram que, além de contarem com o direito previsto no Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), a contratação de pessoas do Território ameniza o sofrimento pela falta das atividades antes desenvolvidas nos rios do Carmo e Doce, reduz o número de pessoas de fora transitando nos municípios, e ainda alivia os serviços públicos, como abastecimento de água e atendimentos nos postos de saúde.

A Samarco informou que, a partir no próximo ano, será disponibilizado o site www.vagas.com para cadastro dos currículos, podendo os mesmos serem utilizados por várias empresas que prestam serviços no Território. Também, de acordo com os representantes da Samarco, será implantado o programa Motorista Trainee, destinado às mulheres que dirigem nos espaços das obras, e outro programa de qualificação de mão de obra local.

Os representantes da Samarco informaram que no dia 16 de novembro, técnicos da Semad/Suppri reunirão com os atingidos para apresentarem o que foi discutido com as Prefeituras em relação às condicionantes, bem como o status do PDTI. O Plano de Comunicação e o cronograma das obras serão apresentados para as comunidades atingidas até dezembro.

Outro assunto tratado durante as reuniões, foi a situação dos imóveis que poderão ser prejudicados com o aumento do fluxo de caminhões e máquinas pesadas em determinadas comunidades do Território. Os representantes da Mineradora informaram que, a partir de 2022, antes e depois da execução das obras, a empresa Vaz de Melo fará vistorias em todos os imóveis da localidade para detectar possíveis impactos causados.

E para finalizar as reuniões, os técnicos da Samarco disseram que, a partir de junho de 2022, serão implantados mecanismos de remoção dos 400 metros lineares de rejeito do reservatório da UHE Risoleta Neves (Candonga)- volume localizado entre o barramento A e o barramento principal da Usina. O serviço será realizado pela empresa Piacentini. A previsão atual do retorno operacional da UHE é para o final de 2022.

Reunião em Rio Doce- Espaço Candonga


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